Os principais índices do mercado acionário dos E.U.A. encerraram o dia em baixa na terça-feira. O Nasdaq, com alta tecnologia, foi o maior perdedor, perdendo 1% com a queda das ações relacionadas a chips. Enquanto isso, o setor de energia também caiu, desta vez 3%, em meio à queda dos preços do petróleo.
Os relatórios de lucros trimestrais foram mistos, provocando reações mistas dos investidores. Embora algumas empresas tenham apresentado resultados positivos, as ações da UnitedHealth caíram 8% depois que as perspectivas para 2025 ficaram abaixo das expectativas de Wall Street.
A Nasdaq esteve sob intensa pressão, especialmente devido a uma queda acentuada nas ações da Nvidia, a maior fabricante de chips para inteligência artificial. As ações da empresa caíram 4,7% depois de atingir um recorde no dia anterior. A queda foi impulsionada pela especulação de que o governo Biden poderia impor novas restrições à exportação de chips de IA dos EUA.
Os fabricantes de chips também sofreram uma forte queda após dados decepcionantes da fabricante de hardware ASML Holdings. A empresa emitiu uma orientação de vendas decepcionante para 2025, fazendo com que suas ações caíssem 16%. Isso, por sua vez, pesou sobre o Philadelphia Semiconductor Index, que perdeu 5,3% em um dia, sua maior queda desde setembro.
Os lucros mistos e o aumento dos riscos regulatórios pesaram sobre o sentimento dos investidores, o que se refletiu nos principais índices de Wall Street.
O índice do setor de energia (.SPNY) registrou sua maior queda em um único dia, caindo 3%, a maior desde o início de outubro de 2023. O principal fator foi a notícia de que Israel não tem planos de atacar as instalações petrolíferas iranianas, o que aliviou as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento e, consequentemente, reduziu os preços das commodities.
É interessante observar que, apenas na sessão anterior, o Dow e o S&P 500 fecharam em recordes de alta. Entretanto, esse aumento brilhante foi ofuscado pelas vendas subsequentes, que afetaram principalmente o setor de tecnologia.
Depois da energia, o índice de tecnologia S&P 500 (.SPLRCT) sofreu perdas significativas, caindo 1,8%. Os gigantes da tecnologia estão sob pressão em meio a preocupações crescentes com a regulamentação e a demanda por produtos, especialmente no contexto do setor de semicondutores.
Nesse contexto, os setores defensivos mostraram crescimento consistente. O setor imobiliário (.SPLRCR) foi o líder, com alta de 1,2%. Foi seguido pelas ações de empresas de bens essenciais (.SPLRCS), que subiram 0,6%, e utilidades (.SPLRCU), com um aumento de 0,5%. Esses setores são tradicionalmente vistos como refúgios seguros para os investidores em períodos de turbulência no mercado.
O setor financeiro apresentou resultados mistos. O Bank of America subiu 0,5% após relatar um crescimento maior do que o esperado no lucro do terceiro trimestre. A Charles Schwab também subiu 6%, superando as estimativas dos analistas. No entanto, o Citigroup caiu 5% após o banco relatar uma queda no lucro líquido e uma receita de juros líquida abaixo do esperado. Enquanto isso, o braço de investimentos do Citigroup teve sua receita de subscrição de dívida apoiada.
Enquanto a maioria das ações de tecnologia caiu, a Apple foi uma exceção. As ações da Apple subiram 1,1%, continuando a agradar os investidores após atingir recentemente uma máxima histórica. Os ganhos mostram que, mesmo em meio à incerteza, a gigante da tecnologia continua sendo um ativo atraente para os investidores.
No geral, a sessão de negociação foi mista, com quedas acentuadas em chips e petróleo, compensadas por ganhos em setores seguros e estabilidade em empresas individuais como Apple e Bank of America.
As ações da Walgreens Boots Alliance (WBA.O) subiram impressionantes 15,8% depois que a empresa superou as estimativas mais baixas de Wall Street para o lucro ajustado do quarto trimestre. Além disso, a Walgreens anunciou que fechará 1.200 lojas como parte de uma estratégia de corte de custos, uma medida bem recebida pelos investidores.
Os investidores aguardam ansiosamente uma nova rodada de dados de lucros, bem como indicadores econômicos importantes, como vendas no varejo e produção industrial, que podem ter um grande impacto no sentimento do mercado.
Na tarde de terça-feira, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, enfatizou que, apesar da redução da taxa de juros em setembro, os formuladores de políticas continuam trabalhando para reduzir ainda mais a inflação. O comentário enviou um forte sinal ao mercado de que o Fed permanece focado em controlar os preços crescentes.
De acordo com o CME FedWatch, os traders estão precificando uma probabilidade de 98% de que o Fed cortará as taxas de juros em 25 pontos-base em novembro. Essa expectativa já está precificada no mercado e continua a alimentar a atividade dos investidores na esperança de condições de empréstimo mais fáceis.
Na Bolsa de Valores de Nova York, as quedas superaram as altas por uma margem estreita de 1,01 para 1. Apesar disso, houve 514 novas altas e apenas 41 novas baixas, indicando que a tendência positiva geral continua.
O Nasdaq também sofreu pressão sobre as ações, embora a diferença entre os que caíram e os que ganharam tenha sido pequena, de 1,05 para 1. No dia, 2.109 ações subiram, enquanto 2.214 caíram. Apesar disso, o Nasdaq Composite registrou 173 novos máximos, o que é um sinal encorajador para os investidores.
O S&P 500 registrou 112 novos máximos nas últimas 52 semanas, sem registrar novos mínimos. O Nasdaq Composite também registrou resultados sólidos, com 173 novos máximos e 82 novos mínimos. Esses números mostram que, apesar das flutuações locais, os investidores continuam a encontrar oportunidades de crescimento mesmo diante da incerteza do mercado.
As tendências atuais mostram uma combinação de otimismo cauteloso com atenção contínua aos dados macroeconômicos e à política do Fed.
Ontem, 12,85 bilhões de ações foram negociadas nas bolsas dos EUA, superando o volume médio dos últimos 20 dias de 12,18 bilhões. O aumento da atividade de mercado reflete o crescente interesse dos investidores, apesar da volatilidade.
O setor financeiro continua mostrando resultados sólidos. Os maiores bancos, Goldman Sachs, Citigroup e Bank of America, superaram as expectativas de lucros, gerando um sentimento positivo entre os investidores. Os dados confirmaram que os grandes bancos estão enfrentando bem os desafios do difícil ambiente econômico.
Nem todos os resultados agradaram ao mercado. As empresas de saúde UnitedHealth e Johnson & Johnson divulgaram relatórios abaixo das expectativas dos analistas. Os decepcionantes resultados financeiros desencadearam uma onda de vendas no setor, refletindo a preocupação dos investidores com o futuro em meio à crescente concorrência e aos custos.
A fabricante de chips holandesa ASML chocou o mercado com pedidos fracos e uma perspectiva pessimista de vendas para o terceiro trimestre. A notícia foi um grande golpe para todo o setor de semicondutores, derrubando as ações de muitas empresas. O Índice de Semicondutores da Filadélfia (SOX) caiu devido às expectativas negativas.
O mercado de ações dos EUA permanece fortemente dependente do setor de tecnologia, de acordo com Rob Haworth, estrategista sênior de investimentos do U.S. Bank Wealth Management em Seattle. Ele observou que o desempenho das ações de tecnologia pode ser um indicador-chave da direção futura do mercado como um todo. No entanto, conforme enfatizado por Haworth, a situação geral não é tão pessimista quanto pode parecer à primeira vista.
O setor de energia do S&P 500 foi um dos mais vulneráveis, registrando a maior queda percentual entre os principais setores do índice. As ações das empresas caíram 3,04% devido à queda nos preços globais do petróleo, levantando preocupações sobre a estabilidade de longo prazo do setor.
No geral, apesar dos resultados mistos entre os setores, a atividade no mercado permanece forte, com os investidores aguardando ansiosamente mais dados econômicos e resultados de empresas para ajustar suas estratégias.
As negociações de ontem em Wall Street terminaram com perdas significativas. O Dow Jones Industrial Average caiu 324,60 pontos, ou 0,75%, fechando o dia em 42.740,62 pontos. O mais amplo S&P 500 também caiu 44,54 pontos, ou 0,76%, para 5.815,31. O Nasdaq Composite, focado em tecnologia, perdeu 1,01%, caindo 187,10 pontos para 18.315,59.
Os mercados de ações europeus também tiveram um dia difícil, registrando sua maior queda em duas semanas. O motivo foi a decepção dos investidores com as previsões de vendas da ASML, que desencadearam uma onda de vendas no setor de tecnologia. Essa pressão foi o principal motor da queda nos índices europeus.
Em meio a esses eventos, os investidores na Europa estão particularmente atentos à decisão de taxa de juros do Banco Central Europeu na quinta-feira. O movimento pode ser crucial para os próximos movimentos do mercado e fornecer novas orientações para os investidores em um ambiente incerto.
O Índice Mundial MSCI de ações caiu 6,20 pontos, ou 0,72%, fechando em 850,98. O STOXX 600 da Europa também caiu 0,8%, enquanto o FTSEurofirst 300 caiu 0,92%, perdendo 19,22 pontos. Esses números confirmam a tendência global de queda em meio a dados econômicos fracos e incerteza nos mercados globais.
As ações de mercados emergentes não foram exceção, com o Índice MSCI de Mercados Emergentes caindo 11,40 pontos, ou 0,98%, para fechar em 1.148,66. Esses mercados continuam sob pressão, refletindo a instabilidade geral na economia global.
Nos mercados de commodities, os preços do petróleo caíram para uma baixa de duas semanas, continuando a dinâmica negativa que começou na segunda-feira. O principal impulsionador da queda foi o declínio dos temores sobre interrupções no fornecimento devido ao conflito no Oriente Médio. Relatos de que Israel não atacará a infraestrutura de petróleo do Irã aliviaram a tensão no mercado e contribuíram para a queda nos preços da energia.
Assim, os mercados de todo o mundo continuam a sofrer pressão devido a notícias locais e em meio à incerteza econômica global, o que está forçando os investidores a buscar ativos seguros e revisar suas estratégias.
A OPEP e a Agência Internacional de Energia (AIE) revisaram suas previsões de demanda global de petróleo para baixo. O principal motivo foi a fraqueza da economia chinesa, que levou à deterioração das expectativas de consumo de energia. Isso colocou mais pressão sobre os preços do petróleo.
A queda nos preços do petróleo que estamos vendo tem um efeito desinflacionário e é um fator positivo para a economia global, disse Tim Ghriskey, estrategista sênior de portfólio da Ingalls & Snyder em Nova York. Ele acrescentou que a atual queda de preços pode estar relacionada à especulação de que instalações-chave de petróleo no Oriente Médio serão protegidas de ataques, reduzindo os riscos ao fornecimento.
No entanto, segundo o especialista, a queda de preços também sinaliza uma diminuição na demanda global por energia, refletindo a fraqueza geral na atividade econômica.
O petróleo bruto WTI dos EUA caiu 4,40%, chegando a US$ 70,58 por barril. O preço do petróleo Brent caiu 4,14%, alcançando US$ 74,25 por barril. Esta é uma continuação da dinâmica negativa que começou em meio à queda da demanda e ao enfraquecimento dos riscos geopolíticos na região do Oriente Médio.
Em meio a dados fracos de produção industrial do Federal Reserve de Nova York, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA diminuíram ligeiramente após atingirem uma alta de 2,5 meses. O rendimento de 10 anos caiu 3,7 pontos-base para 4,036%, enquanto o rendimento de 30 anos caiu 5,8 pontos-base para 4,3237%.
O rendimento de 2 anos, um indicador das expectativas de taxas de juros, subiu ligeiramente, em 1,1 ponto-base, para 3,952%. Isso reflete o sentimento do mercado de que os participantes continuam considerando a possibilidade de mais apertos por parte do Fed no curto prazo.
O dólar americano enfraqueceu ligeiramente em relação a uma cesta de moedas globais, associado às expectativas dos traders de que o Federal Reserve possa afrouxar sua política monetária nos próximos meses. Apesar disso, o dólar permanece estável em geral, continuando a atrair investidores em um período de incerteza econômica global.
Assim, em meio à queda dos preços do petróleo e à dinâmica mista dos títulos, o mercado continua à espera de novas ações do Fed, que afetam o comportamento dos investidores e a dinâmica das moedas.
O índice do dólar, que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas, incluindo o euro e o iene japonês, mostrou um pequeno aumento de 0,06%, alcançando 103,24. Ao mesmo tempo, o euro enfraqueceu 0,2%, caindo para US$ 1,0887, refletindo a contínua incerteza na economia europeia.
O iene japonês foi uma das moedas mais afetadas pelo dólar forte, caindo 0,8%, para 139,21 ienes por dólar. A contínua pressão do Fed e a fraca economia japonesa mantêm o iene em níveis historicamente baixos.
Tradicionalmente visto como um porto seguro durante períodos de turbulência no mercado, o ouro continuou sua ascensão. A queda dos rendimentos do Tesouro dos E.U.A. ajudou a aumentar o apelo do metal precioso. O ouro à vista subiu 0,4%, para US$ 2.661,80 por onça.
A Nvidia, líder em chips de IA, sofreu uma das maiores quedas de sua história. Após brevemente ultrapassar a Apple em valor de mercado, suas ações caíram 4,5%, eliminando cerca de US$ 158 bilhões em valor de mercado. Agora, a diferença entre a Nvidia e a Apple, que possui uma capitalização de mercado de US$ 3,56 trilhões, aumentou novamente.
A queda da Nvidia arrastou outras empresas de semicondutores com ela. AMD, Intel, Arm, Broadcom e Micron caíram de 3,2% a 5% no fechamento do pregão de terça-feira. A queda impactou fortemente o Índice de Semicondutores da Filadélfia, que caiu quase 5%, colocando mais pressão sobre o Nasdaq.
As tendências negativas no mercado de chips também afetaram os fabricantes de chips asiáticos. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) perdeu 1,9%, enquanto as gigantes sul-coreanas Samsung Electronics e SK Hynix caíram 2,1% e 2,5%, respectivamente. Isso aconteceu em meio à pressão global sobre o setor de semicondutores, devido a preocupações gerais com a demanda e previsões fracas da ASML. Assim, o estado atual do mercado global continua a ser influenciado por fatores tecnológicos e cambiais, forçando os investidores a repensar suas estratégias e avaliar novos riscos.
A Samsung Electronics alertou os investidores neste mês que o lucro do terceiro trimestre provavelmente ficará abaixo das expectativas de mercado. O principal motivo é que a empresa está enfrentando dificuldades para aproveitar a crescente demanda por chips de inteligência artificial (IA). Este sinal de alerta destaca que nem todos os participantes do mercado conseguem se beneficiar igualmente da revolução da IA.
Enquanto a Samsung enfrenta lucros baixos, sua rival Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC) está apresentando resultados opostos. Espera-se que a TSMC, principal fornecedora de chips para a Nvidia, registre um aumento de 40% nos lucros do terceiro trimestre. O sucesso da TSMC ressalta seu papel de liderança na produção de chips para tecnologias avançadas e soluções de IA.
A situação no mercado de chips é agravada por novos riscos geopolíticos. Segundo a Bloomberg News, autoridades dos EUA estão considerando a introdução de novas restrições nas licenças de exportação de chips de inteligência artificial. Essas medidas podem ser direcionadas aos estados do Golfo e são ditadas por preocupações de segurança nacional. Washington teme que o Oriente Médio possa se tornar um corredor de trânsito para a China, que busca acesso à tecnologia avançada dos EUA, apesar das proibições atuais.
Danny Hewson, chefe de análise financeira da AJ Bell, comentou sobre as ações dos EUA, observando que é importante para Washington manter sua liderança tecnológica no campo da inteligência artificial. "Espera-se que a revolução da IA seja um dos principais motores do crescimento da produtividade e dos avanços tecnológicos, e não é surpreendente que os EUA estejam dispostos a tomar medidas decisivas para proteger sua dominância", afirmou o especialista.
À medida que a corrida global pela supremacia tecnológica continua, o futuro do mercado de chips segue sendo questionado. Tanto a Samsung quanto a TSMC estão apresentando duas abordagens diferentes para superar os desafios da fabricação de chips de IA. E as decisões políticas podem afetar significativamente a dinâmica do setor nos próximos meses.
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