Hoje, o preço do ouro permanece próximo da máxima de fechamento de ontem, enquanto os traders avaliam a crescente probabilidade de um corte de juros em dezembro pela Reserva Federal, após declarações dovish de formuladores de política monetária.
A recente alta do metal precioso tem sido impulsionada pelas expectativas crescentes de redução da taxa, e os dados econômicos dos EUA divulgados com atraso na terça-feira reforçaram ainda mais esse cenário.
O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou na sexta-feira que está confiante de que os juros podem ser reduzidos em breve sem comprometer a meta de inflação do banco central. Já o governador Christopher Waller observou na segunda-feira que as condições do mercado de trabalho estão suficientemente brandas para justificar um corte de 0,25 ponto percentual já em dezembro.
Segundo a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de um corte, reduzindo a taxa em 25 pontos-base para a faixa de 3,50% a 3,75%, é atualmente estimada em cerca de 80% pelos mercados futuros. Essa perspectiva limita a força recente do dólar, após sua alta para máximas de vários meses, e favorece o ouro, que permanece vulnerável, mas com viés claramente altista.
Os investidores também acompanham de perto os desdobramentos das negociações de paz em andamento entre Rússia e Ucrânia. Considerando os riscos geopolíticos e a possibilidade de um corte de juros pelo Fed em dezembro, a perspectiva de curto prazo para o ouro segue positiva.
A Casa Branca destacou que o presidente dos EUA, Donald Trump, permanece otimista e acredita que um acordo é possível, embora reconheça que o progresso ainda é incerto. De acordo com um representante ucraniano, o plano de paz proposto por Washington agora inclui 19 pontos e não estabelece limites rígidos para o tamanho das forças armadas da Ucrânia.
Na terça-feira, o Financial Times informou que o secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, está conduzindo negociações em Abu Dhabi com o chefe da inteligência militar ucraniana e representantes russos. O rascunho original, de 28 pontos, foi criticado por ser excessivamente favorável a Moscou, o que levou os negociadores a reduzi-lo para 19 pontos após reuniões produtivas entre EUA e Ucrânia em Genebra no fim de semana.
Ainda assim, essas revisões podem não ser suficientemente atraentes para o lado russo.
Além disso, segundo o serviço de imprensa do governo de Gaza, Israel violou o cessar-fogo mediado pelos EUA na região em pelo menos 497 ocasiões ao longo de 44 dias. Esse contexto mantém elevadas as tensões geopolíticas e adiciona mais um catalisador para a valorização dos metais preciosos.
Perspectiva técnica: os osciladores no gráfico diário permanecem positivos. Os preços precisam romper a faixa de $4.145–4.150 para alcançar a máxima mensal, com resistências próximas a $4.180 e $4.200. O ouro encontra suporte em $4.110 e $4.100; uma quebra abaixo desses níveis pode acelerar a queda rumo aos próximos suportes.
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