Os preços do ouro subiram pelo terceiro dia consecutivo, à medida que aumentaram as expectativas de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve, após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, ter solicitado ao banco central dos EUA que reduzisse os custos de empréstimo.
A alta do ouro, tradicionalmente visto como um ativo de refúgio, reflete a reação natural dos investidores diante da crescente incerteza sobre as perspectivas da economia global. O apelo feito ontem pelo secretário do Tesouro por juros mais baixos reforçou esse sentimento, fortalecendo as expectativas de uma política monetária mais acomodatícia por parte do Fed. Os argumentos a favor de um corte de juros se baseiam, provavelmente, em preocupações com a desaceleração do crescimento econômico. Taxas mais baixas podem estimular o investimento e o consumo, impulsionando a atividade econômica, mas também podem gerar maior inflação e enfraquecimento da moeda nacional, criando um dilema para o Fed.
A decisão do Fed sobre os próximos passos da política monetária terá impacto significativo sobre o ouro. Caso o banco central opte por cortar juros, o metal provavelmente continuará subindo, à medida que os investidores busquem ativos alternativos para proteção contra a inflação e a desvalorização cambial. Por outro lado, se o Fed mantiver as taxas inalteradas, as cotações do ouro poderão passar por uma correção de baixa.
O ouro atingiu cerca de 3.370 dólares por onça, após a queda dos rendimentos dos Treasuries na quarta-feira. Scott Bessent sugeriu que a taxa básica do Fed deveria estar pelo menos 1,5 ponto percentual abaixo do nível atual.
O aumento das apostas em flexibilização monetária representa uma mudança em relação ao mês passado, quando o mercado chegou a precificar a probabilidade de um corte em setembro em menos de 50%. Atualmente, a projeção consensual aponta para uma redução de 0,25 ponto percentual no próximo mês, embora alguns analistas esperem um corte mais expressivo.
Neste ano, o ouro acumula alta de 28%, sendo que a maior parte desse avanço ocorreu nos primeiros quatro meses. O rali foi impulsionado pelo aumento das tensões geopolíticas e comerciais, que elevaram a demanda por ativos de refúgio, enquanto as compras por bancos centrais também contribuíram para o fortalecimento do metal.
Perspectiva Técnica Atual do Ouro
Os compradores precisam reconquistar a resistência imediata em 3.370, o que permitiria mirar o nível de 3.400, que deve oferecer forte resistência. O alvo mais distante situa-se em 3.440. Em caso de queda, os vendedores tentarão retomar o controle a partir de 3.341. Se obtiverem êxito, uma quebra abaixo dessa faixa representaria um revés significativo para as posições compradas, podendo levar o ouro à mínima de 3.313, com potencial de atingir 3.291.
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