Em circunstâncias normais, isso não causaria surpresa. No entanto, vivemos um período atípico, em que notícias políticas e político-econômicas se tornaram os principais motores do mercado. A estratégia de Trump de pressionar os concorrentes e forçá-los a aceitar condições desfavoráveis a seus países já provocou instabilidade nos mercados e pode gerar consequências imprevisíveis. Esse é o principal fator por trás do aumento da volatilidade. O presidente busca apresentar vitórias concretas antes das eleições parlamentares, e os maiores prejudicados nesse processo, do ponto de vista econômico, são o comércio global e os mercados financeiros.
Diante desse cenário complexo, os agentes de mercado se comportam como especialistas em desarmar bombas. Embora já haja sinais de desaceleração no crescimento econômico dos Estados Unidos, especialmente no mercado de trabalho conforme o relatório mais recente do Departamento do Trabalho no final da primavera, o ambiente de incerteza criado pelas guerras comerciais dificulta uma atuação mais firme dos investidores. Um exemplo disso é a hesitação em comprar ações de empresas que poderiam se beneficiar de juros mais baixos.
Ainda assim, apesar do clima instável, aumentam as apostas em um ciclo mais agressivo de cortes. Na segunda-feira, após a forte queda dos mercados na sexta, os contratos futuros de juros apontavam pouco mais de 80% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro. Hoje, essa estimativa subiu para 85,4%. Essa expectativa é alimentada tanto pela pressão política incomum exercida por Trump sobre o Federal Reserve quanto por seu desejo declarado de substituir o atual presidente do Fed, Jerome Powell, por alguém mais alinhado a seus interesses. Segundo ele, um novo dirigente cortaria os juros para 1% com o objetivo de apoiar os fabricantes norte-americanos.
E o que isso pode representar para os mercados?
No momento, a única coisa que ainda sustenta a demanda por ações e impede uma desvalorização mais forte do dólar são as incertezas relacionadas à política tarifária. Caso esse cenário se estabilize, mesmo que de forma modesta, e os novos dados econômicos dos Estados Unidos indiquem uma tendência mais clara de enfraquecimento, é possível que ocorra uma retomada significativa da demanda por ações. Nesse contexto, é improvável que as criptomoedas ganhem muito espaço, já que tendem a ser menos atrativas do que os ativos de renda variável. O dólar deve seguir pressionado, embora uma queda acentuada frente às principais moedas pareça pouco provável, principalmente porque essas moedas também vêm se enfraquecendo diante da dependência econômica de seus países em relação aos Estados Unidos.
O que podemos esperar dos mercados hoje?
Muito provavelmente, o movimento lateral generalizado continuará. Após a queda observada ontem nos mercados de ações, já se nota uma recuperação nas negociações asiáticas e europeias. O mesmo pode ser esperado para os Estados Unidos, considerando a dinâmica dos contratos futuros dos principais índices americanos. Após a leve valorização de ontem, o dólar também pode recuar ligeiramente.
De modo geral, diante do cenário atual, acredito que o caos persistirá até que sejam firmados acordos razoáveis sobre a política tarifária entre os EUA e seus parceiros comerciais.
O par está se consolidando abaixo do nível de resistência de 1,1590. Uma quebra acima desse nível, especialmente em meio a uma potencial recuperação local das ações dos EUA, poderia empurrar o par para 1,1640. Uma boa entrada de compra poderia ser em torno da marca de 1,1600.
O par também está se consolidando abaixo do nível de resistência de 1,3315. Uma quebra acima desse nível, em meio a uma possível recuperação local das ações dos EUA, poderia empurrar o par para 1,3400. Uma boa entrada de compra poderia estar perto da marca de 1,3325.
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